20.1.10

E a miséria brasileira, como fica?






Como todos puderam acompanhar através dos meios de comunicação, na semana passada, dia 12, um tremor de magnitude 7 devastou o Haiti. Segundo a Defesa Civil, ao menos 75 mil pessoas foram mortas, dentre elas foram confirmadas até agora 19 brasileiros - 17 deles militares das forças de paz da ONU, além do diplomata Luiz Carlos da Costa, segundo homem da missão, e da médica e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.
Com o país devastado, a população sem rumo e o completo caos instalado inúmeras ações de ajuda começaram a ganhar força. Países de todo o mundo passaram a estabelecer medidas imediatas de colaboração, como doação de dinheiro, alimentos e militares. O Brasil, por sua vez, liberou uma verba de R$35 milhões, além de cogitar a possibilidade de dobrar o efetivo militar na área.
Até então, tudo diplomaticamente perfeito. É inegável que tenha de haver essa cooperação nesses momentos de desastres. No entanto, é nessa hora em que podemos observar uma das maiores contradições do nosso país: como em tão pouco tempo surgem milhões e mais milhões de reais para doações, se no Nordeste a população sofre com a subnutrição, a seca e o desemprego? Da onde vem esse dinheiro que poderia ser investido no próprio país? Por que deixar à margem os problemas sociais enfrentados pela população?





Perguntas como essas nos fazem refletir sobre o gerenciamento do capital público e do fim que é dado a todos os impostos que religiosamente somos obrigados a pagar. Será que todo esse dinheiro já não poderia ter salvado milhares de vidas brasileiras? Vale a reflexão.
Outro ponto é o programa de adoção das crianças haitianas. Após o terremoto, mais de 300 famílias brasileiras se ofereceram para esse fim, segundo a embaixada do país. Sem dúvida, uma bela ação. Dar um lar a quem precisa é digno e louvável. No entanto, aonde estão esses brasileiros na hora de adotar as milhares de crianças brasileiras que se encontram em abrigos a espera de uma nova família? É difícil.
O fato de praticarmos as boas ações nos momentos de crise é extremamente relevante e justo. Agora, é preciso realizá-las no dia-a-dia. É necessário que se olhe ao redor e veja, no próprio cotidiano, o que está faltando e o que pode ser melhorado.  Só assim, realmente, estaremos ajudando a construir um mundo cada vez mais igualitário, distante da pobreza e da miséria.
Pense nisso, você também pode colaborar! Acorda, Brasil!


*Créditos: Raphael Rebello, grande amigo!


NãoPenetre!
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7 comentários:

  1. A ação do Brasil é correta, porém desleal com a própria população brasileira. Cuidar das enchentes que estão acontecendo por todo o país ninguém quer. ÓTIMO POST DUDU!

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  2. Podes crê, Pedrão! As enchentes estão ai e o que é feito? Cadê a reforma sanitária para evitar os entupimentos de bueiros? É complicado. Fazer filme para o mundo é fácil, quero ver cuidar do povão! Obrigado pelo comentário! Abração!

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  3. Ótimo post Dudu! O povo brasileiro sofre perdas, tragédias todos os dias...a dor é a mesma infelizmente a comoção/mobilização do poder público não. A gente se sente impotente no meio disso tudo mas vc tá dando o exemplo...a mudança começa dentro de cada um de nós! Como vc disse: ACORDA BRASIL!!!

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  4. Luisa Vianna Assumpção20 de janeiro de 2010 às 14:53

    Falta mobilização do brasileiro(governante ou não) para com a nossa pátria! Devemos ajudar os outros, mas arrumar nosso país também é importante, e aí poderemos ajudar muito mais o próximo. O paradoxo é grande! Ótimo post, parabéns!

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  5. Obrigado, galera! Os comentários engrandecem muito o trabalho. Continuem acessando! Até!!

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  6. Os governantes acham bonito aparecer na TV e dizer que com muito orgulho estam DOANDO milhões de reais para um outro país que está sofrendo por consequências da natureza. No entando, sentem vergonha de aparecer na TV e dizer a nossa população, que vão fazer uma doação dessa grandeza para a nossa pátria - a mesma que se encontra com problemas econômicos/sociais devido a uma má governância dos mesmos.

    É bonitinho "pagar" uma de bonzinho e solidário para com os outros, o difícil é agirmos corretamente com a nossa própria pátria.

    Escreveu muito bem, Dudu.

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