7.12.09

O dia de um HEXA-VESTIBULANDO






Era uma vez... É, iniciar assim pode parecer meio "conto de fadas" ou algum tipo de história imaginária de criança. Mas, pensando bem, por mais infantil e utópico que seja é exatamente assim que devo começar.
Era uma vez, um domingo meio cinzento. Fora do costume, o sol não brilhava - como manda o script de um domingo de final do maior time do mundo, no maior estádio do mundo.
Como todo bom e apaixonado "Mulambo" a noite foi longa - como já havia sido a maior de todas as semanas -, rola pra lá, rola pra cá e nada de amanhecer. Parecia que o dia não queria ter início. E foi quase isso. O sol relutava em sair. E o pensamento era um só: "Ai, senhor, será que vai dar algo errado? Hoje não, hoje NÃO!"
E então, toca o despertador. Nunca foi tão fácil sair da cama. Foi um pulo só, parecia até a comemoração do gol do Maior dos Maiores. Banho, roupa, café da manhã, tênis. E por fim, quando o normal seria vestir o Manto e ir para a rua dar início ao Grande Dia.. Quase isso! Antes, era preciso encarar uma prova de cinco horas e meia. E detalhe.. NA HORA DO JOGO! Obrigado, Ministério da Educação, o planejamento foi perfeito(?). Mas, como já disse, todo castigo pra corno é pouco: Manto Sagrado no peito e bola pra frente, o enem vem aí!
Angustiado, chego ao local de prova. Ah, é preciso lembrar, que nesse doloroso trajeto, o clima não podia ser diferente: ruas lotadas, coloridas com as cores da Nação, carros com bandeiras estiadas e um só caminho, o Maraca!
Foi terrível. Olhar aquela festa imensa e ter que ir fazer prova, foi terrível.
Voltando, no local da prova, as roupas convergiam a uma só mistura: o Preto e o Vermelho. Uns dizendo que sairiam do exame no início da partida, outros no intervalo e uns - pode-se dizer, mais responsáveis, mas não menos apaixonados - ficariam até o final e aproveitariam a, praticamente certa, comemoração.
A prova teve início à uma hora da tarde e com o término previsto para às seis e meia. Quanta aflição! Praticamente um teste físico e mental: uma prova de noventa questões à frente e o maior jogo de todos os tempos na iminência. Oh, vida cruel!
Pois bem, como bom vestibulando, fui pra dentro da prova como um típico ponta direita, aquele que recebe a bola e vai rabiscando pra cima do zagueiro, sem dó.
As horas passando e, finalmente, cinco horas da tarde: o horário mais esperado em dezessete anos. Desde 1992, o Fuderosão não entrava em campo com a chance de sagrar-se Campeão Brasileiro de Futebol. Dali em diante, a prova virou um monstro, as questões pareciam maiores, mais complexas. No entanto, algo estranho e não muito normal aconteceu: o sol, finalmente, deu as caras. Refletiu aquela luz em uma parede amarela. As conspirações começavam a mudar. Graças a Deus!
Até que então, por volta das cinco e vinte cinco, o tão esperado foguetório. Só levantei a cabeça, num ato instantâneo, e me deparei com um "positivo" feito pelo fiscal da prova. Beleza, gol e comemoração da Magnética. Ufa!
Lê questão, marca cartão, escreve redação. Vamos, vamos! Intervalo de jogo. Pensei: "É agora!".
Prova concluída, ainda restavam meia hora. Não dava mais. O segundo tempo me esperava. Entreguei o cartão resposta, assinei a presença e "meti o pé". Escada? Que nada! Eu vou é de elevador, pra chegar mais rápido. Fui!
O primeiro ato ao sair daquela reclusão: ligar o celular, discar para casa e ficar sabendo que o jogo estava 1 a 1. Meu Deus, hoje não, hoje NÃO!
E, como já disse, o sol começava a brilhar e as conspirações começavam a mudar. Beleza, encontrei uma carona. Trajeto de cinco minutos até em casa. Ao chegar, me deparo com mais três mulambos e uma atleticana - é, minha mãe é Galo, mas com uma leve inclinação à Mulamba. Todos sofrendo, com raiva pelo futebol apresentado até então.
Mas, calma! Já cheguei observando o grande defeito: o Manto não estava no seu local adequado - em cima da televisão. Isso é um pecado. Durante toda a trajetória do Fuderosão, até o último jogo, o Manto esteve ali, abraçando aquele estádio maravilhoso. Pois bem, camisa no seu devido lugar, figa nas mãos e o árbitro recomeça a partida.
Bola pra lá, bicuda pra cá, o Impera pouco inspirado, o Maestro meio perdido. Até que então, surge lá de trás, o "Magro de Aço"!! O único Ronaldo.. O ANGELIM!!
Em um ato supremo, como nas grandes fábulas, o clímax: cabeçada perfeita. É 2 a 1!







Sai do chão, sai do chão, a torcida do MENGÃO! Sai do chão, sai do chão, a torcida do MENGÃO!
Agora, era só administrar. Resultado perfeito, em um dia que começou sombrio, mas que agora tornava-se preto e vermelho.
Apito final e então, a maior de todas as emoções. O abraço e o choro de três gerações influenciadas e conduzidas pelo maior de todos os sentimentos, o único inseparável. Como diz a velha máxima: o sujeito troca de emprego, de casa, de mulher, só não troca o time de coração. (Vou tomar esporro por conta disso, já sei! Haha!). Avô e pai, foi maravilhoso comemorar esse título com vocês. Depois de tantos jogos, tantas pancadas na mesa, tantos gritos de gol, finalmente, conseguimos ver juntos o nosso Maior de Todos os Clubes HEXA CAMPEÃO BRASILEIRO! É demais!
Daí pra frente, amigo, vale tudo! Vão bora que vããão! A rua nos espera! A Magnética freneticamente toma conta.
Fecha a rua, liga o som, sacode a bandeira e boa noite, até o amanhecer.
Que ressaca maravilhosa!
Enfim, esse foi o dia de um Mulambo fanático, que como todos os outros, vai guardar esse grande momento na memória e no coração: o Flamengo é Hexa Campeão Brasileiro, a hegemonia de volta!





"Uma vez Flamengo, sempre Flamengo."




NãoPenetre!
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